A audiência realizada por duas comissões técnicas da Assembleia Legislativa, Saúde e Obras, com o presidente da CAEMA, Carlos Rogério, foi confusa e, infelizmente, apenas confirmou o caos em que se encontra a companhia.

Inicialmente, é bom lembrar, conforme já destacou anteriormente o blog, já foi um erro contra a transparência e a democracia da base governista não ter permitido que o presidente da CAEMA fosse ouvido em uma audiência pública, algo mais amplo e com uma eficácia bem maior.

De qualquer forma, mesmo com a tentativa de blindagem do presidente da CAEMA, ficou claro que a companhia segue de mal a pior e sem perspectiva de melhoras.

O próprio Carlos Rogério não deu previsões nada animadoras para os habitantes da capital: os problemas no sistema Italuís existem e não há planejamento para que haja melhorias substanciais que evitem a falta d’água. E os problemas continuarão, porque a Caema não tem capacidade de investimento para corrigir os constantes rompimentos no Italuís.

Ao final do encontro, o deputado César Pires (PV) afirmou que a companhia não fará, a curto prazo, os investimentos necessários para atender às demandas da população.

“Os dados orçamentários e financeiros oficiais e os esclarecimentos prestados pelo presidente da Caema mostram que a empresa não tem capacidade gerencial e financeira para superar problemas como a interrupção no abastecimento d’água que penaliza a população de São Luís e grande parte dos moradores do interior do Maranhão”, afirmou César Pires, referindo-se a dados oficiais do Orçamento do Estado.

O parlamentar lembrou ainda o balanço patrimonial da Caema que mostra um prejuízo acumulado superior a R$ 1 bilhão, em 2018. “Se a empresa acumula prejuízo mensal de R$ 20 milhões, entre receita e despesa, e está reduzindo sua capacidade de investimentos, não há como prever que a curto prazo resolverá os problemas de abastecimento d’água, coleta e tratamento de esgoto em todo o Maranhão”, ressaltou.

Além de Pires, participaram da audiência os deputados Yglésio (PDT ), Rafael Leitoa (PDT), Fernando Pessoa (SD), Adriano Sarney (PV), Wellington do Curso (PSDB), Adelmo Soares (PCdoB), Ariston Sousa (Avante), Helena Dualidade (SD), Pastor Cavalcante (Pros), Marco Aurélio (PCdoB), Vinicius Louro (PL) e Duarte Júnior (PCdoB).

E observem que o debate girou em torno apenas e tão somente do desabastecimento de água em São Luís, imagina se fosse ampliado para a situação em todo o Maranhão e a questão das péssimas obras realizadas pela CAEMA, através da ARTEC, em todo o Estado, principalmente em São Luís.

Definitivamente, a CAEMA se tornou o principal gargalo no Governo Flávio Dino.