Ao longo de quase três anos como secretário de Educação, tenho encontrado, em minhas andanças pelo Maranhão, histórias impressionantes de gente que, assim como o governador Flávio Dino e eu, acredita na educação como caminho para o desenvolvimento social, transformação de vidas e a correção de rumos fadados ao fracasso.
Nas últimas semanas, conheci um jovem que chamarei aqui de Mário – para preservar sua imagem – estudante de uma das 49 escolas em tempo integral criadas no primeiro mandato do governador. Cabe destacar que a unidade na qual está matriculado passa pelo ‘ano de sobrivência’, nomenclatura utilizada para o primeiro ano de implantação desse novo modelo de educação.
Mário é um garoto de tenra idade que experimentou a marginalidade, envolveu-se com o crime e não tinha qualquer perspectiva de futuro. Entretanto conseguiu abandonar essas mazelas ao encontrar, na escola, um novo caminho para a vida. Foi lá que ele vivenciou uma transformação profunda, que alterou sua consciência de mundo, expandindo-a a ponto de, no primeiro ano do Ensino Médio, já ter certeza da carreira que queria seguir, a de Químico.
Há um interessante conceito para denominar esse processo ocorrido com o jovem. Chama-se metanoia – uma mudança na forma de pensar. A palavra metanoia vem do grego metanoein, da união de metá, que significa “depois”; e νοῦς, cujo sinônimo é “pensamento” ou “intelecto”. Se fôssemos seguir ao pé da letra seria “mudar o próprio pensamento”.
Para nós, educadores, essa alteração no modo de pensar, de esperançar, passa essencialmente pela aprendizagem, que é o principal ato capaz de transformar o modo racional, intelectual, emocional e espiritual de um indivíduo.
É aqui que está nosso foco para a educação do Maranhão – investir na aprendizagem do estudante, de forma que adquira competências, habilidades, conhecimentos, valores e até modifique o comportamento, de forma que se torne protagonista da própria história.
Na caso da escola de Mário, de educação integral, valorizam-se os pontos fortes de cada estudante e trabalha-se para melhorar e apoiar seu desenvolvimento. Os professores conhecem as necessidades de cada um e as potencializa, com a formação de lideranças estudantis e as tutorias. “[…] eu falto e o gestor vai lá e liga. A gente vê que a escola se importa com os alunos. Vejo hoje que eu sou importante para a escola”, revelou Mário, durante uma visita que fiz à escola. Concluiu dizendo: “agora eu tenho um projeto de vida!”.
A política educacional a qual vivenciamos há quatro anos, diuturnamente, consiste em melhorar a vida das pessoas pela educação, colocando o estudante como centro de todas ações. O depoimento de Mário que, atualmente, é membro do conselho de líderes e jovem protagonista de sua escola, nos dá a certeza de que vale a pena levantar a bandeira da educação, para ver a mudança essencial de pensamento de jovens e seguir acreditando que é possível, sim, um novo modelo de escola que resgate a esperança de centenas de milhares de maranhenses que precisam de educação pública de qualidade, comprometida com a formação de cidadãos criativos e partícipes da sociedade em que vivem.
Felipe Costa Camarão é professor, secretário de Estado da Educação, membro da Academia Ludovicense de Letras e Sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão.
Filosofia doutrinadora de alunos. A seduc está apostando tudo nos grémios estudantis para criar mais e mais robozinhos do pc do b. Camarão deveria falar do aumento da evasão escolar no ensino médio em que mais de 5000 matrículas viraram pó entre 2017 e 2018 e isto está ligado ao ensino integal. O estado precisaria do dobro de escolas para implantar o ensino integrado como deve ser, não os paliativos que estão fazendo, onde nenhuma escola REALMENTE de tempo integral foi construída (refeitórios, quadra, piscina, etc.). A estrutura para isso é outra e não tem nenhuma no maranhão. A única que chegaria próximo disso era o antigo maristas, mas é subutilizada pelo iema.
A politica do governo em colocar em pratica em curto prazo de tempo as escolas de tempo integral e a valorização dos professores de sala de aula em todos os sentidos, eleva os estímulos e a valorização aos futuros doutores desse estado que estão nas nossas escolas públicas. As escolas no contesto geral só não tem piscina ,mas o resto tem de sobra. Ninguém constrói uma casa sem alicerce e ninguém come fruto ou algo parecido sem ter plantado. A seduc e secretário estão no caminho certo. A paciência é a maior das virtudes.
Futuros doutores que precisam de 20% de bonificação para poder concorrer com o restante do país. O ensino público do maranhão está uma lástima em todo “contesto”. Tu precisas viajar e conhecer outras realidades ao invés de ficar defendendo este governo que é só propaganda. Vá no piauí, ou no ceará, e veja o que é educação, por exemplo, e sinta-se envergonhado com o que é oferecido aqui. O resto não tem nada de sobra. Tudo é feito de forma amadora, paliativa, irresponsável, descompromissada, etc. Para escolas de tempo integral, a estrutura conta tanto quanto o pedagógico. Vá colocar adolescentes mais de 7 horas por dia em um local sem condições para ver o que dá. Uma escola que atende 700 alunos e é transformada em integral, passa a atender 1/3 disso. Se não forem construídas mais escolas (o número de escolas da rede estadual cai ano a ano), os alunos que sobraram, não terão para onde ir.
Os alunos evadem por que como no Caso do C E Estado de Sergipe em Satubinha, no turno matutino com 6 salas de aulas tem apenas 4 professores pra iniciar o ano letivo 2019, no turno noturno a coisa é mais grave 5 turmas e só 2 professores e a gestora regional de Santa Inês sabe, pois encerraram os contratos e não oferecem ainda nem dobra e nem contratos, mas estão obrigando a iniciar o ano letivo