Para o secretário de Estado da Comunicação e Articulação Política, Márcio Jerry, o reajuste na alíquota “não pesará” no bolso do cidadão. Em entrevista, o secretário reduziu a centavos – 1,5 no diesel e 8,7 na gasolina – o aumento no litro dos combustíveis.
Mas talvez a realidade pintada por Jerry não seja tão leve assim para quem precisa contar centavos para garantir comida na mesa. Quem não lembra que o aumento no valor do diesel levou à longa greve dos caminhoneiros que paralisou o país?
O movimento ocorreu porque o combustível mais caro atrapalha o negócio. A situação complicada levou até governadores de outros estados a reduzirem a alíquota do ICMS para o diesel, a fim de segurar o valor do combustível na bomba.
O próprio Dino chegou a cortar em 0,5% a alíquota do diesel para evitar aumento da passagem de uma das tarifas do transporte público em São Luís e assim evitar desgaste político ao seu aliado, Edivaldo Júnior (PDT), prefeito da capital.
Mas agora, no Maranhão, o que se pretende é um novo aumento do tributo. “Centavos” preciosos que atingirão em cheio não apenas uma série de produtos, mas toda uma cadeia produtiva. É o velho efeito cascata, que, por fim, desaba sempre na cabeça do consumidor final.
A única saída para o cidadão maranhense é a Assembleia Legislativa. O contribuinte terá de contar com o senso de justiça dos deputados estaduais, para negarem um terceiro aumento de imposto em quatro anos no Maranhão.
Folha – Márcio Jerry tenta justificar o aumento do ICMS alegando que é preciso pagar a folha de pessoal do governo. Mas o comunista não explica como o Estado chegou a tal situação de falta de dinheiro para honrar compromissos.
Entre as justificativas há ainda a de que existem adversários que querem ver o Maranhão em uma situação ruim.
Pelo contrário. Desde 2017 os adversários vinham alertando sobre o uso inadequado do dinheiro público e o perigo de deixar o Estado em profunda crise financeira.
Sem crise? – E quando o alerta era feito, a cúpula governamental ia às redes sociais afirmar que o Maranhão ia muito bem, crescendo e melhorando em todos os níveis sociais e de desenvolvimento.
Na campanha eleitoral deste ano, Flávio Dino afirmou em reunião com prefeitos que 2019 não tinha como ser ruim, porque em qualquer cenário o Maranhão estaria bem.
Não precisou muito tempo para se perceber que a vida real é bem diferente.
Tem mais – No pacote do governador Flávio Dino não há somente o reajuste de alíquota do ICMS. Segundo os deputados da oposição, a taxa de juros para quem atrasar o pagamento do IPVA não será mais de 2% ao mês.
Quem atrasar IPVA a partir de 2019, terá de pagar 20% em multa e mais a taxa selic, segundo anunciou o deputado da oposição, Eduardo Braide (PMN).
A história de reduzir o valor do IPVA para locadoras de veículos no Maranhão, segundo analistas, é apenas uma forma de disfarçar alguns pontos previstos no projeto de lei assinado por governador.
Estado Maior