Desde janeiro, quando o governador Flávio Dino (PCdoB) começou a montar sua base de apoio partidário – juntando siglas de todos os matizes, numa espécie de coligação furta-cor, sem parâmetro ideológico nem definição de perfil programático – tanto os aliados da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) quanto os partidários do senador Roberto Rocha (PSDB), e até mesmo o grupo do deputado estadual Eduardo Braide (PMN), afirmavam peremptoriamente que dificilmente o comunista manteria essa penca de partidos em torno de si.

O que se vê agora, faltando algo em torno de 15 dias para o início do período de convenções partidárias, é que, de fato, Flávio Dino enfrenta dificuldades para manter sua coligação. Os problemas surgem tanto por causa da conjuntura nacional quanto por questões envolvendo os interesses do próprio governo comunista e de seus satélites.

Fala-se muito no DEM como provável defecção na base dinista, mas há outros partidos, como o PP e o PR, que caminham para deixar a base dinista, ainda que seus membros no Maranhão – pelos diversos interesses já assumidos no estado – se mantenham atrelados ao governador.

Nem mesmo o PT, apesar do atrelamento incondicional do seu presidente regional, Augusto Lobato, tem garantias plenas de que se manterá com Flávio Dino, sobretudo pela campanha aberta que o comunista faz em favor do pedetista Ciro Gomes na corrida presidencial.

E é dentro desta nova conjuntura partidária que Dino marcou sua convenção para o dia 28, tentando antecipar as alianças e garantir a presença de todos os partidos, evitando, assim, contratempos mais à frente. Dificilmente conseguirá, porém.

Estado Maior