O governador comunista do Maranhão, Flávio Dino, tem um incômodo claro e público com a candidatura presidencial do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ). E suas tentativas de esvaziamento do evento que o presidenciável fará em São Luís, no dia 14, mostram esse incômodo.

Dino tem feito sucessivos adiamentos de eventos de sua chapa para tentar coincidir com a presença de Bolsonaro no Maranhão, como se quisesse dividir as atenções.

Dino e Bolsonaro têm perfis parecidos. Ambos têm traços de autoritarismo e de imposição desmedida de pontos de vista, sem aceitação de contraditórios. E ambos estão nas extremidades do espectro político, com teses radicais de esquerda e de direita.

Talvez por isso o embate entre os dois tem sido duro e agressivo. E talvez por isso ambos tentem evitar o confronto direto, apenas com as ações de esvaziamento de lado a lado, sem declarações pessoais.

Se, por um lado, o governador do Maranhão mostra teses radicais, de defesa de ditaduras como a da Coreia do Norte e da Venezuela, por outro, Bolsonaro se mostra tão radical quanto na perseguição às minorias e agressividade contra mulheres, negros, gays e indígenas.

Os dois terão um encontro no Maranhão – ainda que não pessoal – daqui a oito dias. É oportunidade de se ver em ação os dois lados de uma mesma moeda do radicalismo político.

Implicância – A cúpula da campanha de Jair Bolsonaro marcou, primeiro para o dia 16, a visita dele ao Maranhão, mas acabou por mudar a data porque o governo marcou evento no mesmo dia.

O evento foi antecipado para o dia 14, dois dias antes da data anterior, que Dino pretendia utilizar em um evento do PPS.

Mas não é que os comunistas decidiram remarcar seu evento para o mesmo dia 14 agora escolhido por Bolsonaro?

Estado Maior