O jornal O Estado do Maranhão trouxe uma reportagem interessante sobre o posicionamento do procurador da República, Nicolao Dino, diante de um eventual abuso do poder religioso do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, nas eleições de 2016.

Nicolao Dino, que é irmão do governador do Maranhão, Flávio Dino, chegou a defender inclusive, através de parecer, a declaração de inelegibilidade de Crivella, que na oportunidade disputava a Prefeitura do Rio de Janeiro (reveja).

Marcelo Crivella é bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, e foi acusado pelo Ministério Público Eleitoral de ter utilizado a estrutura da igreja no município de Duque de Caxias como comitê eleitoral para a captação de votos naquela campanha, o que é proibido pela legislação eleitoral.

“A liberdade religiosa não permite que lideranças clericais comprometam a normalidade e a legitimidade das eleições, notadamente quando buscam amparo na autoridade espiritual para subjugar fiéis, captando-lhes o livre exercício do voto ou transformando-os em cabos eleitorais”, observou Nicolao Dino no seu parecer.

Para o então vice-procurador eleitoral, a situação “tem gravidade suficiente para interferir na normalidade e legitimidade do pleito, diante da comprovação do direcionamento da estrutura da Igreja Universal do Reino de Deus em proveito da candidatura de Crivella”.

Maranhão – Agora em 2018, dois anos depois, é o irmão de Nicolao Dino que se vê acusado de abuso do poder político e abuso do poder religioso com a chamada “Farra de Capelães”. O comunista maranhense simplesmente quadruplicou o número de capelães existentes no Maranhão, passado de 14 para 50.

Com esse aumento absurdo, o Maranhão passou a ter dez vezes mais capelães que os estados que aparecem em segundo lugar com cinco capelães. Além disso, boa parte dos estados brasileiros, inclusive São Paulo, resolveu abolir a figura do capelão da sua estrutura.

Flávio Dino já foi denunciado PRP, em março, por usar instituições como a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros para abrigar lideranças como capelães e garantir o apoio de denominações religiosas em todo o estado.

Para o PRP, trata-se de abuso de poder. “No ano eleitoral, sentindo-se intocável, decidiu incluir na sua campanha eleitoral, que já dura quase 4 anos, o que tem se chamado de abuso do poder religioso, com a captura de diversos líderes religiosos (evangélicos e católicos) para participar da empreitada político-religiosa-eleitoral. Para tanto, o governador decidiu ‘aperfeiçoar’ o abuso do poder religioso transmudando-o num estratagema heréticoapóstata-eleitoral-estatal com a criação de uma verdadeira seita política-administrativa-religiosa-eleitoral, haja vista que com o escandaloso requinte de que a nova seita está sendo agraciada com patentes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros e financiada, custeada mesmo, com recursos do erário do Estado do Maranhão, tudo com o propósito devasso e ilícito de corromper os fiéis que são arrebanhados pelos novos sacerdotes da nova seita”, destaca a representação.

O que pensaria, hoje, o procurador da República Nicolao Dino sobre o assunto ???