O governador Flávio Dino (PCdoB) tentou influenciar o debate nacional sobre as eleições, mas não conseguiu segurar nem um dia o que falou. O jornal Folha de S. Paulo publicou entrevista de Dino, concedida na última sexta-feira, 4, em que o comunista descarta a candidatura do seu aliado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defende a aliança do PT, do seu PCdoB e até do PSOL em torno da candidatura do pedetista Ciro Gomes.

O problema é que a declaração de Dino – vista também como mais uma em seu leque de traições a aliados – teve forte e negativa repercussão entre os setores de esquerda. Até porque todos os partidos, incluindo o seu PCdoB, têm candidato a presidente, muitos dos quais antagônicos ao perfil de Ciro Gomes.

A reação das esquerdas levou Dino a se desdizer publicamente. Poucas horas depois de o jornal estar nas bancas e na internet, o comunista boquirroto teve que criar outro argumento em seu perfil no Twitter. E voltou a defender a candidatura de Lula.

A fala destrambelhada do comunista foi mais um exemplo do quanto ele se expõe ao ridículo cada vez que tenta entrar no debate político. Mostra que lhe faltam a experiência e o lastro necessários para ser levado a sério. E quase sempre é obrigado a se desmentir.

Outros – Flávio Dino já se expôs ao ridículo em outras situações políticas de repercussão nacional, desde que assumiu o mandato de governador do Maranhão.

Em 2016, ele foi o mentor de um decreto que virou mico, assinado pelo então presidente da Câmara, Waldir Maranhão (hoje no PSDB), tentando anular o impeachment de Dilma Rousseff (PT).

Em outras ocasiões, o comunista maranhense foi ridicularizado por adversários ao tentar discutir decisões judiciais do Supremo Tribunal Federal e do juiz Sérgio Moro.

Barrado – A tentativa de descarte de Flávio Dino à candidatura de Lula se dá exatamente 30 dias depois de o mesmo comunista tentar visitar o ex-presidente na cadeia, em Curitiba.

Numa ainda não explicada viagem à capital paranaense, Dino tentou simplesmente usar de prerrogativas governamentais para entrar na cela da Polícia Federal.

Depois de ser barrado e ridicularizado na porta da cadeia como uma espécie de militante estudantil fora de época, agora o comunista simplesmente descarta Lula da corrida eleitoral.

Estado Maior