O governador Flávio Dino (PCdoB) decidiu adotar a estratégia do silêncio em relação ao caso de espionagem de adversários políticos do comunista que estava sendo feita pela Polícia Militar.

Depois de dar diferentes justificativas para o caso e até subestimar a inteligência dos maranhenses chamando de fake news e de armação uma ordem notadamente comprovada por documentos oficiais, a divulgação de que o coronel comunista Heron Santos era o coordenador eleitoral dentro da corporação fez o gestor e seus aliados decidirem calar.

Nem o secretário de Segurança do Estado, Jefferson Portela, chegou a se posicionar após a divulgação do depoimento do tenente Juarez Silva, em que ele conta que o coronel Heron Santos é quem estava cobrando o repasse de informações de políticos que fazem oposição ao governo Flávio Dino.

Antes considerado um ato isolado feito “por um oficial de 5º escalão” – como classificou o governador –, o caso de espionagem ganhou proporções maiores, e as informações são de que novos depoimentos estão apontando que a ordem para fichar adversários políticos era oficial e com conhecimento do estado maior da PM.

Na verdade, somente o presidente do PCdoB, Márcio Jerry, chegou a comentar sobre o coronel Heron, que era do seu partido, participando até das eleições de 2014. Segundo Jerry disse à coluna, o coronel não tem mais filiação no PCdoB. Até mesmo porque não pode, por ser ele um policial militar.

Mas fica a questão: será que os laços do coronel foram realmente cortados com o PCdoB? A tal função de coordenador da eleição na corporação pode ter sido dada justamente por esta relação, que já existia.

Estado Maior