O ex-secretário de Segurança e deputado estadual Raimundo Cutrim (PCdoB) deve viver nos próximos dias um dilema em tanto. O parlamentar vai precisar decidir pela coerência ou pela conivência política.

A questão é bem simples. Cutrim deixou o grupo político da ex-governadora Roseana Sarney apenas e tão somente por divergências com o na época secretário de Segurança, Aluisio Mendes, e por uma suposta falta de apoio da então governadora.

Cutrim afirmou, por diversas vezes, que Aluisio tentou lhe incriminar em pelo menos dois casos, a morte do jornalista Décio Sá e um caso de grilagem de terras. Apesar da então governadora Roseana Sarney não ter se intrometido nos assuntos, ela deixou claro, em entrevista dada a TV Mirante, que confiava em Raimundo Cutrim e que não acreditava que ele tivesse qualquer ligação com a morte de Décio Sá.

Entretanto, a declaração não foi suficiente para Cutrim, que deixou o grupo político magoado e foi procurar abrigo no PCdoB, mas sem jamais tecer publicamente nenhuma crítica a gestão anterior que integrou.

Só que mais uma vez Raimundo Cutrim se vê no mesmo dilema. Novamente o parlamentar está em atrito com um outro secretário de Segurança, agora com Jefferson Portela, que além de tudo é seu colega de partido.

Portela já classificou Cutrim de Besta Fera, Covarde e Demônio, também questionou o trabalho do ex-secretário, deixando pairar graves dúvidas em alguns casos polêmicos investigados por Cutrim (reveja aqui). Já nesta semana, Jefferson Portela voltou a responder críticas de Cutrim e detonou o colega de partido, afirmando que “ele não tem moral nem para me dar bom dia”.

Além disso, Cutrim também reclama que seu nome tem sido colocado em alguns crimes no Maranhão pelo atual secretário Jefferson Portela, como na prisão de uma quadrilha de contrabandistas. Mais recentemente, surgiu um vídeo de um policial militar afirmando que Portela teria lhe pedido para incluir o nome de Cutrim, como um dos integrantes da quadrilha, na sua delação premiada.

Só que diante desse embate e trocas graves de acusações, nem o partido de Cutrim, o PCdoB, e muito menos o governador Flávio Dino tem se posicionado diante dessa briga interminável. Ou seja, Raimundo Cutrim não teve, em momento algum, nenhuma palavra de apoio e conforto da cúpula do seu novo grupo político.

É meu caro Raimundo Cutrim, se o parâmetro para permanecer num grupo político for maus tratos, Vossa Excelência já deve estar arrependido, pois por mais que se considere injustiçado no Governo Roseana, a própria governadora chegou a sair em sua defesa publicamente, mas no atual Governo Flávio Dino, o seu novo líder permanece num silêncio sepulcral e acompanhando a sua execração pública.

Agora resta saber se Raimundo Cutrim vai optar pela coerência ou pela conveniência ???

É aguardar e conferir.