É impressionante como o Governo Flávio Dino, diante de um grave episódio, como a tentativa de politizar a Polícia Militar para realizar o “fichamento” de adversários políticos do governador visando as eleições deste ano, tenta minimizar e inverter os fatos.

Não se pode obviamente afirmar que a ordem foi do governador Flávio Dino, que jura de “pé junto” que só soube do ato através da imprensa, mas também não se pode negar que a ordem foi do Governo Flávio Dino e que iria favorecer o comunista.

O curioso é a postura do Governo Flávio Dino, que já começou a se movimentar para tentar barrar um simples requerimento de autoria do deputado estadual Eduardo Braide (PMN), subscrito por mais dez deputados, querendo ouvir três oficiais da Polícia Militar do Maranhão – tenente-coronel Emerson Farias, coronel Antonio Markus Lima, de Barra do Corda e major Jadiel Rezendes, de Caxias.

Para tentar justificar tal ato, mas parecido com uma confissão de culpa do que qualquer outra coisa, os governistas afirmam que seria para preservar a instituição Polícia Militar. Entretanto, é justamente o contrário, quem tem agido covardemente e execrado a PM do Maranhão é justamente o Governo Flávio Dino, quando quer responsabilizar isoladamente um oficial de 5º escalão, como eles mesmo denominam.

Estranho é que esse mesmo oficial, até outro dia, era da extrema confiança do Governo Flávio Dino, tanto que ocupava cargo estratégico, mas de repente, estão tentando transformá-lo num bode expiatório para jogá-lo aos leões.

A ideia de Eduardo Braide, autor do requerimento, é justamente sair em defesa da Polícia Militar e não permitir que um ou outro oficial seja responsabilizado por um ato que não foi isolado e que pela rigidez da hierarquia e disciplina da instituição, não permitiria jamais que nenhum policial tomasse uma atitude isolada dessa se não recebesse uma ordem superior.

Isso sem falar que a ordem inicial foi dada em 06 de abril, mas tanto o governador, como o Secretário de Segurança, Jefferson Portela, como a cúpula da Polícia Militar, dão a entender que só souberam do fato no dia 20, através da imprensa. Ou seja, uma ordem dessa magnitude circulou em boa parte do Maranhão, durante 14 dias, e ninguém sabia de nada. Convenhamos que não é fácil acreditar nisso.

Só que o tiro do Governo Flávio Dino pode e deve sair pela culatra, pois muitos oficiais já começam a demonstrar insatisfação com a tentativa de “linchamento” de um ou outro oficial diante do lamentável episódio. Vejam abaixo as justificativas pertinentes do autor do requerimento.


 
O curioso é que se o governador Flávio Dino, efetivamente não tinha conhecimento e não concordou com tal determinação que saiu do seu governo, ele deveria ser o primeiro a defender os esclarecimentos dos fatos e não trabalhar, junto com sua base governista, para abafar o caso, rejeitando o requerimento.

Por fim, a não aprovação do simples requerimento será uma espécie de confissão de culpa e ficará implícito de onde efetivamente veio a ordem.

É aguardar e conferir.