Quem nomearia como seu auxiliar direto alguém ligado a político acostumado a chamá-lo de golpista, a não reconhecer sua legitimidade e, ainda, a não colocar a fotografia oficial dele no lugar certo e a manter, em vez disso, um espaço vazio onde deveria estar a legítima foto do legítimo ocupante da Presidência da República?
Acreditar na nomeação do deputado é achar que este está sentado naquela cadeira por acaso, é não entender nada de política, é desconhecer o jogo do poder, é subestimar o político Temer. Mas é bom levar a sério os adversários, pois, se não for assim, o risco de derrota cresce.
Como Aquiles Emir lembrou oportunamente em seu blog, quando foi anunciado para o ministério o nome de Pedro Fernandes, cuja competência, acrescento, não está em questão, “não faltaram críticas por parte de simpatizantes de Flávio Dino (PCdoB) de que tratava-se de mais uma manobra do ex-presidente José Sarney (MDB-AP) para prejudicar o governador”. Na ocasião o parlamentar foi chamado de traidor e vendilhão do Templo, a ser expulso do espaço sagrado.
Quando souberam da solicitação de Temer ao PTB, de indicação de outro nome, as mesmas pessoas tão zangadas antes com o indicado perdoaram seus pecados sem pedir licença ao bispo. A crítica então passou ser contra o presidente Sarney, por causa do imaginado veto. Portanto, o dono (?) da indicação seria o mesmo a vetá-la.
Dá para dormir com um barulho desses, caro leitor? Dá?