Por Joaquim Haickel

O jornalista Robert Lobato me fez um desafio! Conclamou-me a desenhar um quadro em que fosse possível a oposição a Flávio Dino vencer a eleição do ano que vem. Resolvi aceitar a missão, como um mero exercício de análise política conjuntural, sem me deixar levar por minhas opiniões pessoais, fato que poderia contaminar um minucioso trabalho situacional como o proposto.

Para que se alcance um determinado objetivo, seja no campo político, empresarial, ou mesmo pessoal, é necessário que nossas ações sejam coordenadas e planejadas neste sentido! E não apenas isso, é necessário que todos os atores em ação neste cenário ajam de acordo com o previsto, pois assim não sendo, o resultado certamente seria diferente do desejado.

Só vejo possibilidade do governador deixar de se reeleger, se Roseana Sarney for candidata. Além disso, seria necessário que Roberto Rocha, Eduardo Braide, Maura Jorge, e todos aqueles candidatos da extrema esquerda também apresentassem suas candidaturas.

Assim acontecendo é bem possível que a eleição seja decidida no segundo turno. Não apenas isso, esses candidatos precisariam agir de maneira coordenada para fragilizar a candidatura situacionista. Essas ações teriam de ser no sentido de mostrar durante a campanha, nas palestras, nos palanques, no rádio e na TV, as incoerências, os erros, desmandos e mentiras do atual governo.

Para que esse objetivo seja atingido seria providencial que, por seu lado, Flávio Dino não conseguisse realizar ações relevantes ou cometesse erros estratégicos, como por exemplo, não prestigiar os políticos de seu grupo, fato que tem acontecido usualmente em seu governo. Além disso, se ele não conseguir montar uma chapa competitiva, chamando para seu lado parceiros que lhe emprestem credibilidade junto à sociedade, à classe média, ao empresariado, será difícil que ele vença! Se ele se cercar apenas do pessoal palaciano, como é seu costume, facilitará imensamente a vida de seus adversários.

Um claro exemplo de um desses erros é o nome que está sendo cogitado pelo PCdoB para figurar como candidato a primeiro suplente de senador na chapa encabeçada por Weverton Rocha. Comentam que a vaga seria da esposa do secretário Marcio Jerry! Alguém sem os atributos necessários para fortalecer uma chapa. Ela não tem voto pessoal, não agrega poder político ou apoio financeiro que justifique vir a ser candidata a suplente de senador. Seu handcap é apenas ser esposa do presidente do PCdoB, homem forte do atual governo, além de ser uma pessoa idônea, é claro. (E depois dizem que estão agindo de forma diferente, que estão mudando a política do Maranhão).

Outro fator importante no desenho do quadro político que se avizinha são os nomes dos vices e dos senadores das chapas postulantes ao comando do Estado do Maranhão.

Se Flávio não conseguir um vice, igual ou melhor que Brandão, vai sentir dificuldade neste pleito. O mesmo vai acontecer com os demais candidatos. Quem serão os vices de Roseana, Roberto, Braide, e Maura!?

Quem serão os candidatos ao Senado apresentados por cada um dos grupos que disputarão o comando do nosso estado!? Weverton e Zé Reinaldo com Dino, Sarney Filho e Lobão com Roseana! E os demais!? Eles vão apresentar nomes que ajudem na disputa!? Se quiserem derrotar Flávio, os candidatos não podem ser apenas cumpridores de tabela!

Por fim, um dos fatores que poderá fazer com que Flávio Dino não vença a eleição de 2018 é a oposição ficar com a maior quantidade de partidos que puder arregimentar a seu favor, ou seja, não permitir principalmente que o PSDB, o DEM e o PP enfileirem-se na coluna dinista. O mesmo deve ser feito em relação a outros partidos como PTB, PRB, PEN, PHS, PSL PRP, PRTB, PSDC…

Tudo isso é possível de ser feito, em que pese ser difícil!

PS: Se por um lado há muita coisa que precisa ser feita para derrotar Flávio Dino em 2018, para que ele vença a eleição do ano que vem, bastará que ele inclua Sarney Filho como um dos dois de seus candidatos ao Senado. Fazendo isso ele sacramentará sua reeleição de forma segura e barata. Mas falta-lhe coragem para tanto e é por lhe faltar esse desprendimento, que ele jamais chegará aos pés de Zé Sarney!… No máximo aos de Victorino!…