O Maranhão soube, pelas lentes do Fantástico, porque não deve esperar que a saúde pública alcance os níveis mínimos de dignidade que a população merece.
Aquele hospital fechado em sua cidade, o exame que nunca é marcado, o remédio que não é ofertado pela rede, a humilhação das filas, tudo isso foi decifrado nos lotes de dinheiro exibidos na reportagem.
Aquele é o dinheiro para comprar o remédio, para pagar o exame, para abrir os hospitais.
É preciso aprofundar as investigações e tirar a limpo o que tornou possível chegar a esse ponto. É preciso desbaratar a rede de culpados.
É estranho que num cenário de crise os recursos repassados para entidades suspeitas mais que dobrem, sem a contrapartida de um serviço melhor.
E mais do que nunca é necessário fazer concursos públicos na saúde e licitações para compra dos insumos hospitalares. Não é razoável que uma solução que já se mostrou temerária, a terceirização sem critério, seja expandida sem revelar qualquer mudança de paradigma de gestão.
Por fim, não é justo que o Governo, que está com as rédeas do poder, aponte apenas para o passado, para encontrar culpados, alegando uma herança que mais parece um legado, seja nos métodos ou nas ações.
O Maranhão merece mais do que um simulacro de mudança.
E assim, cada vez mais, o senador Roberto Rocha percebe que a mudança prometida, que inclusive ele apoiou, ficou apenas na promessa eleitoreira.