Entretanto, chegaria a ser cômica se não fosse trágica a desculpa utilizada por alguns asseclas para defender Flavio Dino em blogs e redes sociais. Alguns, mas subservientes do que se poderia imaginar, chegam a dizer que o valor supostamente recebido pelo governador comunista (R$ 400 mil) seria irrisório mediante os milhões recebidos por outros políticos também supostamente envolvidos no esquema da Odebrecht.
Inicialmente, o argumento é tolo e simplório, pois é como se quisessem diferenciar e/ou justificar quem recebeu mais ou menos propina, uma espécie de atenuante. O que convenhamos não deveria servir jamais de argumento para alguém que administra um Estado e se intitulava, ou se intitula, um arauto da moralidade.
Por fim e mais importante, é bom lembrarmos que em 2010 Flavio Dino não tinha todo esse poder de barganha, um deputado “baixo clero” na Câmara Federal e eleito em uma eleição sob suspeita no Maranhão. Além disso, pertencia a um partido sem força política (PCdoB) e que jamais havia conseguido se quer eleger um governador. Isso sem falar que Dino entrou na disputa pelo Governo do Maranhão contra Roseana Sarney, com poucas chances de vitória, tanto que foi derrotado ainda no Primeiro Turno.
Ou seja, se Flavio Dino realmente participou do Caixa 2 da Odebrecht, como afirmou o delator José de Carvalho Filho, estando no “baixo clero” e praticamente sem nenhum poder de barganha, como poderia agir estando hoje num outro patamar da política brasileira?
Esse é o questionamento que precisa ser feito, inclusive pelos asseclas do comunista.