As movimentações concentramse no campo ligado ao governador Flávio Dino (PCdoB) – a proximidade do grupo que comanda o poder tem estimulado diversas précandidaturas, principalmente ao Senado , mas também englobam o grupo do expresidente José Sarney (PMDB).
Entre os candidatos a governador, quem tem buscado casa nova são a exprefeita de Lago da Pedra Maura Jorge, atualmente no PTN, e o senador Roberto Rocha, que está filiado ao PSB. Ambos têm mantido conversas com o PSDB.
Rocha é oriundo do tucanato maranhense, de onde saiu em 2012 para ser candidato a vice-prefeito na chapa de Edivaldo Holanda Júnior – na ocasião, o partido lançou a candidatura de João Castelo à reeleição.
O hoje senador, no entanto, manteve raízes na legenda, que foram reforçadas após ele tirar licença e viabilizar a posse do seu suplente, Pinto Itamaraty, que é liderança do PSDB, no Senado. Maura Jorge reforçou os contatos com os tucanos durante a semana, após a destituição do seu sobrinho, Samuel Jorge, da presidência da Juventude do PSDB. O ato foi tomado pelo vice-governador Carlos Brandão (PSDB), na segunda feira, 6, mas logo tornado sem efeito pela direção nacional da legenda, dois dias depois, após ingerência da ex-prefeita, em contato com líderes tucanos em Brasília. O fato reforçou a tese de que ela pode desembarcar no partido.
O deputado federal Sarney Filho, hoje ocupando o cargo de ministro do Meio Ambiente do governo Michel Temer (PMDB), é filiado ao PV. Mas pode deixar o partido para ser candidato a senador pelo PSD. Acertos nesse sentido foram intensificados no fim de janeiro e a possibilidade é que haja uma transferência até junho.
O exgovernador José Reinaldo vê duas possibilidades: o DEM e PSDB. Uma das suas determinações é não permanecer no mesmo partido do senador Roberto Rocha – atualmente ambos estão no PSB. Como Rocha deve ser candidato a governador contra Flávio Dino e José Reinaldo seguirá na base do comunista, ele vai para onde o senador não for.
Já a deputada Eliziane Gama, também précandidata a senadora, também conversa sobre trocar o PPS pelo PSDB. Seria a terceira mudança de partido da parlamentar, que antes da eleição de 2016 trocou o PPS pelo Rede e depois voltou para a mesma sigla.
Entre os partidos que têm sido procurados por lideranças do Maranhão como abrigo para as eleições de 2018 a principal opção tem sido o PSDB.
Um fator específico contribui para isso: a determinação nacional de que os tucanos maranhenses não devem reeditar no ano que vem a aliança com o PCdoB que sagrou-se vitoriosa em 2014.
A defesa intransigente que os comunistas fizeram dos expresidentes Dilma Rousseff e Lula, ambos do PT, durante o processo de impeachment – enquanto o PSDB trabalhou intensamente pela cassação – aumentou o fosso que separa as duas legendas.
Assim, no Maranhão, o tucanato deve acabar sendo o destino daqueles que, na disputa majoritária, queiram posicionarse contra o Palácio dos Leões.
Por outro lado, essa determinação deve acabar com a saída do vice-governador, Carlos Brandão, do partido, embora ele tenha negado essa possibilidade em declarações à imprensa local ao longo da semana.
De O Estado