dinogovApós a grave denuncia do deputado federal Hildo Rocha (PMDB-MA), na Tribuna da Câmara Federal (reveja), o governador Flávio Dino (PCdoB) e seus aliados tentaram minimizar a retomada do debate sobre a possibilidade de envolvimento do comunista com empresas ligadas à Operação Lava Jato – que apura corrupção na Petrobras e o uso de recursos desviados da estatal para campanhas eleitorais.

O peemedebista citou trechos da delação premiada de Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenha ria e apontado como chefe do clube de empreiteiros investigados pela Polícia Federal. No seu depoimento, o empresário revelou ter feito doações ilegais a dois governadores eleitos. Um deles, segundo o jornal Folha de São Paulo, é Renan Filho (PMDB), deAlagoas.

O segundo, acredita Hildo Rocha, seria Flávio Dino, o que motivou o peemedebista a solicitar do procurador-geral da República, Rodrigo Jantot, confirmação oficial da PGR.

A resposta, no entanto, foi negativa e provocou reação do parlamentar, que chegou a cogitar a possibilidade de o órgão estar atuando para preservar o governador do Maranhão. Rocha lembrou que a Procuradoria-Geral da República tem como subprocurador-geral Nicolao Dino, irmão de Flávio Dino.

“Eu não quero acreditar que o procurador-geral da República, o Rodrigo Janot, e o subprocurador Nicolao Dino estejam trabalhando para esconder o nome do governador Flávio Dino, até porque isso está aqui. O PCdoB recebeu em 2010 recursos de várias construtoras, algumas dessas implicadas no ‘propinoduto da Petrobras’ e deixou mais de R$ 1 milhão para a candidatura de Flávio Dino naquele ano. Em 2014, a própria UTC doou para a campanha de Flávio Dino”, disse.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dino recebeu no ano passado R$ 300 mil da UTC Engenharia. Foram dois depósitos: um de R$ 200 mil, no dia 15 de setembro; e outro de R$ 100 mil, uma semana depois.

Nos dois casos, os recursos foram repassados diretamente à conta de campanha do então candidato, em cheques. Por meio de nota, no fim do ano passado, o PCdoB disse que, à época das doações, não tinha conhecimento do envolvimento da UTC com suspeitas de irregularidades na Petrobras.

Na semana passada, após o discurso de Hildo Rocha, voltou a se manifestar, reafirmando que todas as doações recebidas pelo candidato Flávio Dino foram legais e declaradas à Justiça Eleitoral. O governador Flávio Dino, no entanto, optou pelo silêncio sobre o caso.

O curioso é que outra empresa denunciada e investigada na Lava Jato, a Construtora OAS, também aparece como doadora de campanha do governador Flávio Dino (PCdoB). O montante, nesse caso, é quase o dobro do recebido pelo comunista da UTC Engenharia.

Dados do sistema de prestação de contas Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que, diretamente ao comitê financeiro do candidato, foram repassados R$ 1.157.000,00, divididos em depósitos que vão de R$ 7,5 mil a R$ 580 mil, entre os dias 10 de julho e 21 de agosto do ano passado.

Com informações de O Estado do Maranhão