flaviodinonovaO Blog confessa que nem gosta de adentrar na questão das nomeações e indicações para cargos comissionados em qualquer gestão, case pois entende que além dos critérios técnicos é sim importante a questão da confiabilidade na escolha.

No entanto, o Blog tem o direito de cobrar coerência do governo Flávio Dino na questão, afinal os ex-oposicionistas e atuais governistas eram useiro e vezeiro de criticar nomeações e indicações no governo anterior da ex-governadora Roseana Sarney.

Só que quando estão tendo a oportunidade de demonstrar que poderiam ser diferente e que na prática seriam igual a teoria que defendem, estão fazendo a mesma coisa ou até pior.

Em menos de um mês de governo as acusações já foram as mais diversas possíveis, passando inclusive por nepotismo cruzado. Também vários parentes de alguns secretários fortes na atual gestão já foram detectados nomeados em outras pastas do mesmo governo.

O caso mais recente e polêmico está envolvendo o secretário de Estado da Infraestrutura, Clayton Noleto, e a nomeação do genro de Dedé Macedo, um dos maiores doadores da campanha de Flávio Dino, para cargo de Assessor Especial na SINFRA.

O secretário Clayton Noleto jura que foi apenas coincidência e que a contratação atendeu critérios técnicos.

“Não tive nenhum contato com o Dedé Macedo sobre isso. Cheguei a falar com o Hernando [Macedo (PCdoB), prefeito de Dom Pedro e filho de Dedé] e com o Fábio [Macedo (PDT), deputado estadual eleito e também filho do empresário], mas para a nomeação eu pedi que fizessem uma análise do currículo e ele foi selecionado”, explicou Noleto.

Um caso semelhante aconteceu envolvendo o ex-presidente do Senado, José Sarney, e esses mesmos, que hoje nomeiam parentes, amigos e parentes de amigos por critérios técnicos, exploraram ao máximo o assunto, obviamente criticando bastante.

A explicação do secretário, pelo menos para o Blog, seria normal e até convincente, mas o problema é que “a mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta”, ou seja, para quem cobrava tanto, deveria ter a obrigação de dar exemplo e mostrar que seria diferente.

Outro assunto que também vai demonstrando a incoerência dos comandantes do Governo do Maranhão são as Medidas Provisórias, outrora criticadas no governo Roseana, hoje virou algo rotineiro no atual governo, mas isso é assunto para outra postagem.

Se de fato não se pode cobrar resultado do governo Flávio Dino pela questão temporal, coerência não só se pode, como se deve cobrar independente do tempo de governo.