Muitas pessoas tem confundido o apoio quase unanime que o deputado estadual eleito, sale Humberto Coutinho (PDT), tem para a eleição da presidência da Assembleia Legislativa do Maranhão com a base que o governador Flávio Dino (PCdoB) terá no parlamento estadual.
Humberto Coutinho deverá ter o apoio de 40 dos 42 deputados estaduais eleitos, mas isso está longe de significar que Flávio Dino contará com o apoio desses 4º parlamentares.
Deputados como Roberto Costa (PMDB), Adriano Sarney (PV), Edilázio Júnior (PV) e tantos outros, tendem a ficar na Oposição a gestão Flávio Dino. Apesar de garantirem que será uma Oposição responsável, longe do “quanto pior, melhor”, praticado no governo Roseana Sarney (PMDB), esses parlamentares tem deixado claro que apesar de darem apoio a candidatura de Coutinho, não significa dizer que serão governistas.
Para quem tem memória curta, o atual presidente da Assembleia, o deputado Arnaldo Melo (PMDB), foi eleito e reeleito com apoio irrestrito da Oposição ao governo Roseana Sarney e todos acompanharam a postura dos oposicionistas diante da gestão da ex-governadora.
Ou seja, uma coisa é uma coisa, outra coisa é com certeza outra coisa.
Meu caro Jorge Aragão,
Em que pese a sua observação estar correta no que diz respeito ao título de sua matéria coincidir com a intenção de alguns deputados que desde o primeiro momento decidiram apoiar a candidatura de Humberto Coutinho à presidência de nossa Assembleia Legislativa, ela também carece de ajuste no que diz respeito ao que vai acontecer de fato no desenrolar dos acontecimentos.
Vejamos: Ao convidar Flávio Dino convidou Rogerio Cafeteira para ser líder do governo na ALM, ele neutralizou uma parte considerável do grupo que poderia lhe fazer oposição. Quando Humberto apoia a indicação de Eduardo Braid, outra parte considerável se aproxima do governo. A participação do PV no mesmo bloco parlamentar do líder do governo, acena a possibilidade desse partido fazer uma oposição construtiva.
Porem o que os deputados sabiamente fizeram neste momento foi uma composição interna da ALM. Isso não quer dizer que em casos políticos ou administrativos alguns desses deputados não possam tomar posições contrárias ao governo.
Em minha opinião, se existisse um OPOSICIÔMETRO e fossemos medir com ele a distância entre deputados e governo ele indicaria que Andrea Murad seria a mais distante, seguida de Sousa Neto, Adriano Sarney, Edilásio Junior, Max Barros, Roberto Costa, Nina Melo, Cesar Pires, António Pereira, Alexandre Almeida, Hemetério Weba, Rigo Teles, Léo Cunha, Fábio Braga, Carlinhos Florêncio, Sténio Resende… Isso em condições normais de temperatura e pressão, mas o que está em pauta agora é a eleição da Mesa Diretora da ALM e aí a conversa é outra. Neste caso os deputados devem procurar a melhor forma de ganharem espaço e desenvolverem o seu trabalho.
É exatamente isso mesmo Jorge, nem todos que estão apoiando Humberto Coutinho vão ficar com Flávio Dino.