posicionamentoEstado Maior – Poucas vezes um episódio suspeito de ser uma armação contra um candidato a mandato majoritário foi tão criticado e causou tantas manifestações de indignação quanto a abordagem extemporânea de uma equipe da Polícia Federal fez à comitiva do senador Lobão Filho (PMDB, remedy candidato a governador, integrada também pelo deputado federal e ex-ministro Gastão Vieira (PMDB), candidato a senador, na manhã de quinta-feira, no aeroporto de Imperatriz, a pretexto de checar uma denúncia de que carros e avião estariam transportando dinheiro ilegal para a campanha.

A presidente Dilma Rousseff, tão logo tomou conhecimento da ação comandada pelo delegado Paulo de Tarso Cruz Viana Júnior, declarou que a instituição policial não pode ser usada para interesses políticos, como muitos suspeitam que tenha sido o caso. O vice-presidente da República, Michel Temer, que também preside o PMDB, classificou a ocorrência de “inadmissível”.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, criticou a ação e pediu apuração rigorosa, como fez também o presidente da Câmara, Eduardo Alves, que criticou a ação contra o deputado Gastão Vieira. Líderes do PMDB de todos os estados e de todas as esferas do partido manifestaram solidariedade a Lobão Filho – que também recebeu apoio e solidariedade de grande parte dos senadores, e Gastão Vieira, que foi apoiado por muitos deputados federais e por maioria dos ministros.

A essas manifestações se somaram centenas de mensagens de eleitores, apoiadores simpatizantes e até de cidadãos que se disseram neutros, mas que não concordam com o que aconteceu.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, que é o responsável maior pela Polícia Federal, também manifestou preocupação com o ocorrido, enquanto o diretor-geral da PF, delegado Leandro Coimbra, anunciou que instaurou uma sindicância para apurar o caso. O comando da Justiça Eleitoral também manifestou preocupação com o episódio.

O fato é que a ação foi duramente censurada por candidatos, políticos, comentaristas políticos e cidadãos, que não aceitam qualquer violação ao estado democrático de direito.

O que mais chamou a atenção no episódio de Imperatriz foi que a ação se deu sem base formal. A equipe abordou os candidatos, seus assessores, motoristas e o piloto e revistaram bagagens, veículos e avião sem ordem judicial. E não levaram em conta o fato de que os líderes da comitiva eram um senador da República e um deputado federal, ambos detentores de foro especial.

O vice-presidente Michel Temer ligou pelo menos três vezes para Lobão Filho durante a semana passada. Todas para se informar sobre as providências que foram tomadas no caso da abordagem polêmica no aeroporto de Imperatriz. Temer, como a presidente Dilma, quer o caso esclarecido. E logo.