A ação acontece simultaneamente em outras 14 cidades brasileiras e é organizada nacionalmente pela Campanha Nacional de Enfrentamento à Situação de Moradia nas Ruas de Crianças e Adolescentes – Criança Não É de Rua. A Caminhada marca a contagem regressiva para o lançamento da política nacional para inclusão social das crianças e adolescentes que vivem especificamente em situação de moradia nas ruas.
Em São Luís, as atividades da Campanha são organizadas pela Rede Amiga da Criança, que faz parte da ação desde 2006. Nos dias 6 e 7 de junho, foi organizado o IV Seminário Criança Não É de Rua, que discutiu políticas públicas e como é feito o atendimento as crianças e adolescentes em situação de rua com gestores e profissionais da área, além de monitorar a Política Municipal de Atendimento a Criança e ao Adolescente em Situação de Rua de São Luís.
Com o ato público do dia 23 de julho, pretende-se chamar atenção da sociedade em geral e do poder público para a causa, enfatizando a ausência de dados confiáveis sobre as crianças e adolescentes que estão em situação de moradia na rua, denunciar ineficiência das políticas que atendem este público e consolidar o dia 23 de julho, dia em que ocorreu a Chacina da Candelária, como o Dia Nacional de Enfrentamento à Situação de Rua de Crianças e Adolescentes.
Embora o artigo 4º da Lei 8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) preconize que é dever da família, da sociedade e do poder público garantir os direitos das crianças e adolescentes com absoluta prioridade, em São Luís, de acordo com dados da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social, foram identificados no ano de 2010, 277 crianças e adolescentes trabalhando nas ruas. Neste mesmo ano, a Rede Amiga da Criança atendeu 5.897 crianças e adolescentes em diversos casos de vulnerabilidade e destas, 716 estavam em situação de rua.
A situação de rua é o caso de vulnerabilidade mais prejudicial à criança e ao adolescente devido a condição peculiar de desenvolvimento na qual se encontram e por ser um fenômeno que sempre aparece aliado a outras mazelas, como trabalho infantil, violência doméstica e sexual, uso de drogas e diversos atos infracionais. Por isso, ações de combate a esse problema são primordiais.