MATADORO depoimento de Jhonatan de Sousa Silva, click assassino confesso do jornalista Décio Sá, unhealthy ao juiz Márcio Brandão, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, não surpreendeu ninguém, mesmo o executor tendo modificado praticamente tudo o que disse inicialmente a Polícia Civil e ao Ministério Público.

O depoimento é frágil, cheio de contradições e era esperado por todos, pois o próprio advogado de Jhonatan, Pedro Jarbas da Silva já havia antecipado que teríamos novidades no depoimento, mas ele jurava de pé junto que não sabia do que se tratava.

O curioso e ao mesmo tempo grave é o fato dos advogados de Jhonatan terem por diversas vezes visitado o agiota Gláucio Alencar, acusado de contratar o matador para executar Décio Sá. Segundo relatório divulgado pela TV Mirante (reveja aqui), Pedro Jarbas teria visitado Gláucio em pelo menos cinco oportunidades, apesar de inicialmente negar tal informação. Já o outro advogado, José Berilo Freitas Leite, visitou Gláucio Alencar pelo menos 24 vezes na prisão entre novembro do ano passado e fevereiro deste ano.

Além disso, os dois advogados que defendem Jhonatan fizeram visitas ainda para o capitão da polícia militar Fábio Aurélio Saraiva Silva, o Fábio Capita, acusado de ter fornecido a arma ao pistoleiro que matou o jornalista. Os nomes dos dois advogados aparecem no livro de visitas emitido pelo quartel onde o policial está preso.

Já dois advogados de Gláucio, Éder Oliveira Ferreira de Sousa e Edson Gomes Martins da Costa, viajaram mais de 2.500 quilômetros para visitar um comparsa do pistoleiro, preso em Minas Gerais. A visita foi no presídio Nelson Hungria, em Contagem (MG), onde visitaram o acusado Elker Farias Veloso – apontado como um dos homens que deram apoio a Jhonatan na fuga após a morte de Décio Sá.

As visitas de advogados de acusados a outros acusados foram consideradas promíscuas pelo secretário de Segurança Pública do Maranhão, Aluísio Mendes. Para muitos que acompanham o caso de perto, essas visitas poderiam ter sido cruciais para que Jhonatan mudasse de ideia e refizesse seu depoimento.

O que não se pode e nem deve é esquecer que Jhonatan não afirmou apenas uma vez que executou Décio Sá e demonstrou ser um assassino frio e cruel.

johnatanForam diversas entrevistas e em todas o executor demonstrou essas características. O Blog faz questão de destacar algumas frases ditas por Johnatan em entrevista a Revista Veja em julho de 2012.

“Ninguém morre de graça”

“A primeira vez dá uma emoção diferente. Fiquei nervoso, ansioso, mas depois passa. Hoje, não sinto nada – só uma sensação de alívio pelo dever cumprido. É comum, é só um trabalho”

“Sempre tinha trabalho. De vagabundo que queria matar inimigo a fazendeiro querendo tirar gente das suas terras”

“Entrei nessa vida por escolha. Minha família era bem estruturada e nunca nos faltou nada”, assume”

“Tenho essa profissão, mas não saio gastando violência por aí. Só uso quando preciso”

“Se tiver a oportunidade, quero virar advogado, mesmo na cadeia. A pena máxima no Brasil é trinta anos, e tem a progressão. Sei que, em poucos anos, vou sair e retomar minha vida”

Só essas frases mostram de fato quem é Jhonatan de Sousa Silva, que com frieza incomum, entrou no Bar Estrela Dalva, aproximou-se e disparou três vezes em direção à cabeça de Décio Sá. Depois, mais duas vezes em seu tórax, quando ele já estava no chão, provavelmente sem vida.

Se já não bastasse tudo isso, o próprio Johnatan fez questão de relatar um dos seus “trabalhos” a Revista Veja. “Um fazendeiro, certa vez, contratou-o para “dar um jeito” em uma família que invadira sua propriedade. A missão era desencorajar outros de fazer o mesmo. Jhonatan conta que, com uma pistola, foi ao barraco da família e atirou na cabeça do invasor, da esposa e da filha de 14 anos do casal. Depois, cortou-lhes a cabeça”.

Johnatan também concedeu entrevista a TV Record já em janeiro desse ano, quando não estava mais sob a tutela da Segurança Pública do Maranhão, que supostamente lhe pressionava a afirmar o que não queria, e também não modificou seu depoimento (reveja aqui).

Como se percebe, Johnatan Sousa Silva, assassino frio e cruel, teve diversas oportunidades de modificar o que disse pela primeira vez, mas não o fez e sempre reiterou o que havia dito inicialmente.

Sendo assim, acreditar agora nesse novo depoimento depois tantas idas e vindas, é a mesma coisa que acreditar em COELHINHO DA PÁSCOA.