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A possibilidade de acordos bilaterais entre o Brasil e outros países para suprir a falta de médicos para clinicar nas Regiões Norte e Nordeste, cheap como parte do Programa “Mais Médicos” do Ministério da Saúde (MS), foi um dos temas abordados pelo secretário de Gestão Estratégica e Participativa do MS, Odorico Monteiro, na manhã desta terça-feira (28), durante a 4ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite, realizada em São Luís. O encontro é realizado mensalmente e reúne representantes do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass), Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e do Ministério.

“Estamos em um momento importante, onde reunimos os secretários de saúde das três esferas de governo para tomarmos e pactuarmos decisões importantes. O Ministério não está aqui para impor nenhuma decisão e sim para discutir e trabalhar de forma consensual com os estados e municípios na busca de um sistema de saúde decente para a população que vive nas grandes periferias e que sofre graves problemas de saúde devido a falta de médicos”, pontuou Odorico Monteiro.

Odorico Monteiro mostrou que a maioria absoluta dos estados das Regiões Norte e Nordeste estão abaixo da média nacional da meta de 2,7 médicos por mil habitantes – usada como referência. Ele disse que a realidade é que mais de 1.900 municípios têm menos de um médico para três mil habitantes na atenção básica. “O Brasil gerou 54 mil postos de trabalho a mais do que o número de formandos em medicina e esse número se refere ao acumulado de 10 anos de postos de trabalho que se abriram – 146.867 no total – e o número de médicos que se formaram, que foi 93.156”, afirmou.

O secretário de Estado da Saúde do Maranhão, Ricardo Murad, é favorável à vinda de médicos estrangeiros para o Brasil. Ele disse que a demanda existe, mas a forma como estes viriam para as regiões brasileiras deverá ser muito bem transparente e pactuada. “Sabemos que os médicos brasileiros não estão sendo suficientes para atender a demanda e por isso não podemos ser contra a vinda de médicos da Espanha ou Portugal, onde sabemos que tem profissionais bem formados e aptos a clinicar”, disse ele, ponderando que devem ser adotados mecanismos desburocratizados para avaliar a qualificação desses profissionais.

Famem – No mesmo encontro, o presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem) e prefeito de São José de Ribamar, Gil Cutrim, defendeu a modificação do pacto financeiro que sustenta a saúde pública no país.

De acordo com Cutrim, o atual modelo de financiamento público do setor é perverso com os municípios brasileiros uma vez que dos 100% do custo de qualquer equipamento público de saúde o financiamento do Governo Federal gira em torno de apenas 20%, sendo que o restante é custeado pelos municípios, os entes mais fracos da federação.

“Só para se ter uma ideia, uma equipe do Programa Saúde da Família custa, em média, R$ 50 mil ao mês. O Governo Federal repassa as prefeituras somente R$ 10 mil. O restante tem que ser pago pelo município, o ente que menos arrecada neste pacto federativo injusto. É necessário que os prefeitos e prefeitas brasileiras estejam unidos no sentido de irmos a Brasília cobrar uma modificação urgente desta realidade”, completou o presidente da entidade municipalista”, afirmou Gil Cutrim.

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Hospital – Outra grande notícia na área da Saúde é a definição do local de construção de um novo hospital para São Luís. Nesta terça-feira (28), o prefeito Edivaldo Holanda Júnior se reuniu com representantes das Forças Armadas do Exército Brasileiro e ficou definido que o Hospital de Urgência Dr. Jackson Lago será construído em uma área pertencente ao 24º Batalhão de Caçadores, localizada às margens da Avenida dos Africanos.

“Será uma obra de grande valia para a nossa cidade. E, com a graça de Deus, esta inovadora parceria que iniciamos agora com o Exército Brasileiro irá prosperar e, muito mais do que isto, servirá de exemplo para todo o País”, frisou o prefeito Edivaldo Holanda Júnior, destacando o ineditismo da parceria das Forças Armadas com a Prefeitura de São Luís.

O Hospital Dr. Jackson Lago terá 300 leitos e 10 salas de cirurgia para atender a mais de 400 mil pessoas que moram nesta área da capital maranhense.