Por Joaquim Haickel

O jornalista Marco Aurélio D’Éça comentou em seu blog que o retorno do deputado Max Barros para a Assembleia Legislativa e sua provável eleição para a o cargo de primeiro vice-presidente da casa, stuff se o titular do posto, o também deputado Ricardo Murad, resolver não deixar de ser Secretário de Saúde, faz parte dos planos estratégicos do grupo da governadora Roseana Sarney.

Vou tentar palmilhar o mesmo caminho de Marco, ajustando onde achar que eu devo raciocínio do jornalista. É bom que se diga que o vice-governador Washington Oliveira e o presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo, são duas peças muito importantes nesse jogo.

Marco diz que Roseana trabalha com diversas hipóteses nas eleições de 2014. Diz ele que a primeira, que era a mais provável até agora, é a hipótese de ela permanecer no cargo de governadora até o final do mandato e trabalhar pela eleição de seus candidatos a governador e a senador. Neste caso, o projeto de Roseana dependeria exclusivamente dela, do seu cacife político, de sua popularidade, de seu carisma e de seu poder eleitoral, já que não dependeria de qualquer decisão de terceiros.

Para seus candidatos e ai incluam-se, deputados estaduais e federais, esta seria a melhor decisão. Este caminho só seria ruim para os parentes da governadora que não tendo mandatos atualmente, queiram se candidatar, é o caso de filhos, irmãos, genros, sobrinhos…

A segunda hipótese – que agora começa a ser trabalhada aparentemente com maior possibilidade – é Roseana deixar o governo em abril de 2014 para concorrer ela própria ao Senado. O inconveniente neste caso, é que a governadora dependeria de posições e decisões de terceiros.

Washington Oliveira

O Primeiro deles é o vice-governador Washington Oliveira, filiado ao PT. Washington pode permanecer como vice até 2014. Roseana renunciando ele assumiria o governo e poderia querer candidatar-se à reeleição ao cargo de governador. Eu particularmente não acredito que ele seja louco em querer isso. Imagino que ele possa até sonhar em assumir o governo por nove meses, mas jamais iria querer se candidatar.

Que ele quisesse eleger alguns deputados federais e estaduais, disso não tenho dúvidas, mas nada além disso. Washington tem demonstrado ser homem de compromisso e poderia muito bem ser o condutor da campanha. Resta saber se quem de direito confia que ele possa ser o vitorioso timoneiro dessa travessia.

Se Washington optar por aceitar o cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, agora em outubro; ou se simplesmente decidir candidatar-se a deputado federal, não assumiria o governo a partir de abril de 2014 e abriria vaga e muitas outras especulações.

Saindo Roseana e Washington, o comando do governo seria exercido pelo presidente da Assembleia, pelo período de 30 dias, tempo em que o legislativo teria para eleger um novo governador para completar o mandato.

Quem estará no comando da ALM enquanto Arnaldo estiver no comando do Estado será o Primeiro vice-presidente da casa. Hoje seria Ricardo Murad. Mês que vem pode ser que seja Max Barros ou quem sabe Roberto Costa. Se viesse a assumir o governo por 30 dias, o próprio Melo poderia ser escolhido o novo governador, ou ainda o primeiro vice poderia sê-lo, pois, mais próximo dos deputados poderia ele se viabilizar e trocar de lugar com Arnaldo, que voltaria a ser presidente da ALM e o outro, por nove meses, até acabar o mandato, seria o novo governador.

Complicado mas plausível.

Como já foi dito, Melo poderia permanecer no governo até o final, ajudando a eleger o candidato de Roseana, mas da mesma forma que Washington, ele poderia, estando no governo, querer concorrer ele próprio à reeleição, fato que também não acredito. As mesmas coisas podem acontecer caso o governador tampão venha a ser o primeiro vice-presidente da ALM, ou qualquer outro cidadão que a Augusta Casa do povo do Maranhão venha escolher para tal missão.

Se por um infortúnio o novo governante venha a falecer, seu substituto deverá ser eleito da mesma maneira, em 30 dias, pelo poder legislativo estadual. D’Eça diz que na hipótese de acontecer a cassação da governadora pelo Tribunal Superior Eleitoral, o mecanismo sucessório será o mesmo: Eleição pela Assembleia Legislativa, tendo necessariamente que acontecer neste caso todas as possibilidades aqui já cogitadas.

Resumo da ópera: em minha modesta opinião, o melhor que pode fazer a governadora, pensando em eleger seu candidato a governador na eleição do ano que vem é permanecer no cargo. Fazer ela a eleição. Caso ela precise se candidatar ao senado, deve ela escolher o melhor caminho para atingir seus objetivos.

Como segunda opção, o melhor que ela pode fazer é confiar em seu vice e garantir o apoio do PT estadual e nacional para o pleito de 2014. Caso não queira nenhuma dessas opções, podemos então cogitar a ida do vice para o TCE, a renúncia da governadora e a assunção do presidente da ALM, Arnaldo Melo, como governador tampão. Sendo isso inadmissível, há ainda a possibilidade de que o mandato tampão seja exercido pelo primeiro vice-presidente da ALM, que poderá ser Ricardo Murad, Max Barros, Roberto Costa, ou ainda por qualquer outro cidadão, eleitor maranhense que deverá ser eleito para terminar o mandato da atual governadora.

Neste caso, no caso de ser alguém que até agora não tenha sido citado, sugiro o nome do próprio candidato do grupo da governadora para o cargo. Exercendo ele mesmo o poder ficará mais fácil se reeleger. Existem ainda outras opções, mas me recuso a comentá-las de público. Quem me procurar, em particular e com garantia de sigilo absoluto, posso até comentar… Em Off, pois em On é só isso que me permito cogitar a esse respeito.

PS: Antes que algum tolo diga que não estou levando em consideração os adversários e suas ações, este é um caso que depende única e exclusivamente do grupo liderado pela governadora Roseana Sarney. Neste caso seus adversários são meros espectadores, quando muito, torcedores. Torcem para que seus opositores cometam erros.