Vai encarar???

por Jorge Aragão

O governador Flávio Dino (PCdoB) saiu-se ontem com mais uma das suas tiradas demagógicas e fantasiosas. Em suas redes sociais, anunciou uma inverdade. Disse ele, textualmente: “A TV Globo do Maranhão jamais me entrevista ou acompanha atos do meu governo”.

Todos sabem do fetiche do governador comunista pelo Grupo Mirante e por O Estado. Mas, obviamente que Dino não falou do seu desejo incontido na postagem das redes sociais.

Além de cobrir todos os atos que julga importantes do governo em todas as suas instâncias, o Grupo Mirante tem as portas abertas para qualquer chefe de governo ou ocupante de cargo público. Basta ver as notas diárias em O Estado, nos telejornais da emissora e na franquia aberta nos programas de rádios da Mirante AM.

Mas Flávio Dino sempre se acovardou a falar aos microfones da Mirante AM, sentar com os jornalistas de O Estado ou conversar abertamente com os repórteres da TV Mirante.

Em 16 de agosto de 2014, ele estava devida e oficialmente convidado para entrevista na série promovida pela rádio Mirante AM com os então candidatos a governador. Simplesmente não compareceu.

Pouco mais de um mês depois, em 22 de setembro, novamente convidado, o governador não deu o ar da graça. Foi o único a faltar à sabatina.

Mas se Dino quer mesmo tanto falar aos microfones do grupo, que se prepare: está sendo preparada a reedição da bem-sucedida experiência da Sabatina O Estado, que ocorreu nas eleições de 2016, em um formato inédito no Maranhão, com ampla cobertura de todos os veículos do grupo.

Se Dino tem tanto desejo de falar, que se prepare para encarar os jornalistas de O Estado, da Mirante AM e da TV Mirante.

Estado Maior

Novos caminhos

por Jorge Aragão

Bastaram duas semanas para que a pré-candidatura da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) ao Governo do Estado passasse a ser ponto de referência para prefeitos, ex-prefeitos e vice-prefeitos no interior maranhense.

Desde que a peemedebista anunciou o desejo de concorrer ao cargo, dezenas de gestores manifestaram interesse em tratar com ela sobre 2018.

O fluxo de liderança em busca de conversa com Roseana se dá por dois motivos. O primeiro é o desprezo do governador Flávio Dino (PCdoB) às ações municipais. O outro é a proximidade da própria Roseana com o Governo Federal, o que abre portas importantes em Brasília.

Gestores de todos os matizes partidários reclamam da incapacidade de diálogo de Flávio Dino, que não pensa duas vezes em perseguir e pressionar quem não segue sua cartilha. E é este temor que faz com que esses gestores recorram à ex-governadora ou a seus aliados mais próximos, em busca de contato ou de sinalização para as eleições.

Roseana ainda não tem previsão de quando seguirá ao interior nesta pré-campanha. Mas o movimento de prefeitos, ex-prefeitos e vice-prefeitos fazem com que, cada vez mais, o seu grupo político tenha a convicção de que é necessário um encontro ainda este ano para debater o cenário de 2018.

Estado Maior

Ser ou não ser

por Jorge Aragão

Mesmo após a decisão da direção nacional do PSDB – até então sob o comando de Tasso Jereissati – de destituí-lo da presidência estadual tucana, o vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão, não entrega os pontos.

Os discursos de Brandão e suas tentativas na Justiça de evitar sua retirada da presidência do PSDB refletem medo do descaso que terá por parte de seus aliados no governo.

Explica-se: Brandão sabe que sem uma moeda de troca forte, seu empenho político dos últimos anos significará nada para o governador Flávio Dino (PCdoB) e seus asseclas. Sem força partidária, para os comunistas significa um ser sem importância.

E como as pretensões do vice passam pela disputa à Câmara dos Deputados, não basta se mostrar empenhado em defender o governo. É preciso ter o que dá em troca. E pelo desenrolar de todo o processo envolvendo os tucanos, ele tem pouco o que oferecer a Dino. Pelo menos do ponto de vista prático.

O que Brandão faz agora é mostrar que mesmo em circunstâncias desfavoráveis estará ao lado do governador, a qualquer custo. A dúvida é se isso terá alguma importância para Dino e os demais comunistas. E outra: sem partido, ele conseguirá o apoio esperado de Flávio Dino?

Não se descarta, claro, a possibilidade de, em nome da unidade tucana, o vice decida continuar no PSDB e, assim, apoie a candidatura de Roberto Rocha a governador do Maranhão.

Dentro dos debates travados nos bastidores, Brandão continua pensando que para ele o melhor é buscar outra legenda e contar com o reconhecimento de Flávio Dino, por todo esforço e gestos feitos pelo PSDB enquanto comandou o partido.

Estado Maior

Cenário definido

por Jorge Aragão

Os candidatos de oposição ao governo Flávio Dino colecionaram, em uma semana, fatos tão positivos quanto negativos foram as ações em torno do próprio comunista. E neste período, consolidou-se claramente o cenário das eleições de 2018 no Maranhão, com uma clara tendência de segundo turno.

O primeiro fato a consolidar a oposição maranhense foi o anúncio da ex-governador Roseana Sarney, na sexta-feira, passada, de que vai mesmo disputar o governo contra Dino. A decisão de Roseana repercutiu fortemente nos meios políticos, gerando reações, inclusive, do próprio Dino.

Uma das reações veio da ex-prefeita Maura Jorge (PODE), que reafirmou sua condição de candidata e descartou compor como vice. A decisão de Maura Jorge gerou o segundo fato para a oposição.

Na segunda-feira, o senador Roberto Rocha (PSDB) foi chamado a Brasília pelo presidente nacional do partido, Tasso Jereissati, para ser comunicado de que vai mesmo comandar o PSDB maranhense, em substituição ao vice-governador Carlos Brandão.

Na quarta-feira foi a vez do ex-deputado Ricardo Murad também ser alçado à presidência do seu PRP, o que lhe garante as condições de ser candidato.

Assim, a oposição maranhense termina a semana com quatro candidatos consolidados e com peso suficiente para influenciar nas eleições de 2018. E outros nomes ainda podem surgir até julho do ano eleitoral.

Em campanha – Como o do deputado estadual Eduardo Braide (PMN), que negou à coluna que tenha descartado a disputa pelo Governo do Estado em 2018.

Ele disse que não poderá abrir mão de um projeto se o povo mostrar interesse em seu nome – como vem mostrando – nas pesquisas de intenção de votos.

Para reafirmar-se como pré-candidato, Braide vai voltar à TV na semana que vem, como protagonista do programa partidário do PMN.

Estado Maior

Com ele ou rua…

por Jorge Aragão

O senador Tasso Jereissati, que preside o PSDB nacional, disse ao vice-governador Carlos Brandão que ele será muito bem tratado se permanecer na legenda. Mas deixou claro que o projeto tucano no Maranhão agora passa pelo senador Roberto Rocha.

Ontem, Jereissati encaminhou ao Tribunal Regional Eleitoral a Resolução que destituiu o vice-governador do comando do PSDB maranhense.

Para continuar no PSDB, Brandão terá que se afastar do governador Flávio Dino e, principalmente, do PCdoB. Foi deixado claro a ele por Tasso Jereissati que os comunistas têm visão de mundo e de política oposta ao que pensam os tucanos.

Assim como Brandão, os que pensam como ele terão a porta da rua como serventia da casa.

Estado Maior

Relações distintas

por Jorge Aragão

Aparentemente até sem motivos, e de maneira surpreendente, os comunistas acusaram o golpe do anúncio da candidatura da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) ao Governo do Estado. Mesmo com todos os gestos do governador Flávio Dino (PCdoB) em direção ao ex-presidente Lula, os comunistas não demonstram confiança de que o petista fique com ele a partir da candidatura de Roseana.

De fato, a relação entre Lula e Flávio Dino – formal, burocrática, meio que oficialesca, apesar dos discursos de esquerda parecidos – é totalmente diferente da relação que o petista mantém com Roseana, algo descontraído, próximo, efusivo e natural, que torna orgânica a movimentação dos dois pelo interior maranhense.

É preciso deixar claro que não houve qualquer manifestação de Lula em apoio a Roseana e nenhum gesto dela para ter o petista em seu palanque. Mas o simples histórico da relação das duas lideranças foi o suficiente para deixar os comunistas com uma espécie de pulga atrás da orelha desde a semana passada, temor que só piorou com o anúncio da pré-candidatura da comunista Manuela D’Ávila a presidente.

Roseana Sarney sabe do atrelamento do PT maranhense ao governo Flávio Dino – sobretudo após a eleição do seu presidente estadual, Augusto Lobato, fortemente submisso às diretrizes comunistas e empregado do Palácio dos Leões. Mas sabe também que Lula mantém uma relação de mera tolerância com o governador comunista. E isso é suficiente para mostrar a insegurança do governador com a sua candidatura.

Estado Maior

PT mais longe

por Jorge Aragão

Pode parecer contraditório à primeira vista, mas o é fato que não foi bom para o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), o lançamento de Manuela D’Avila como pré-candidata à Presidência da República pelo PCdoB.

A oficialização do nome da comunista como nome do partido para a disputa majoritária nacional ocorreu ontem, por meio de nota oficial. Se em situação normal essa seria uma notícia alvissareira, para o comunista maranhense ela significa mais perdas que ganhos.

E a principal baixa, no caso do Maranhão, diz respeito ao afastamento praticamente que imediato do PT da base de apoio a Dino.

Explica-se: até agora, o governador tem sustentado o apoio do PT mais por conta dos gestos que ele próprio fez aos ex-presidentes petistas Lula e Dilma Rousseff do que pelos espaços dados ao partido no governo.

Ocorre que, agora, com uma candidatura a presidente do PCdoB, é óbvio que Flávio Dino deve fidelidade a sua sigla.

Assim, não terá como repetir em 2018 o comportamento de 2014, quando – sem ter qualquer atrelamento ao cenário nacional -, fingiu apoiar três candidatos a presidente, para escancarar sua verdadeira opção apenas no segundo turno.

No ano que vem, Dino será Manuela D’Avila desde criancinha.

Estado Maior

Cenários mais claros

por Jorge Aragão

A confirmação de que ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) será mesmo pré-candidata ao Governo do Maranhão nas eleições de 2018 tem um efeito imediato: “Clarear” os cenários para a sucessão do governador Flávio Dino (PCdoB).

O próprio comunista e o senador Roberto Rocha (PSDB) já estavam garantidos como pré-candidatos. Nas últimas semanas surgiu o nome do ex-deputado Ricardo Murad (PRP). E a ex-prefeita Maura Jorge (Podemos), de Lago da Pedra, segue seu projeto, articulando-se para a disputa.

Com uma ou outra desistência, essas devem ser, de fato, as cinco principais candidaturas postas para o pleito – sem esquecer, é claro, dos tradicionais candidatos da chamada ultraesquerda (membros do PSOL, PCB e PSTU).

E, agora, sabendo exatamente com quem podem contar – e com quem não podem -, as principais lideranças devem começar a definir de que lado estarão até outubro do ano que vem.

Ocorrerá nas próximas semanas, então, um processo de “acomodação” de forças políticas. Naquele que pode ser o prenúncio de como se desenrolará a pré-campanha, pelo menos até as convenções.

Estado Maior

Rocha pressiona

por Jorge Aragão

O senador Roberto Rocha (PSDB) pegou de surpresa os comunistas do Maranhão na quarta-feira, 1º. Alvo de vigorosos ataques depois de denunciar, na terça-feira, 31, que o governador Flávio Dino (PCdoB) teria sido um dos beneficiários de propina da JBS nas eleições de 2014 – mas fora protegido por aliados na Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito da Lava Jato -, o tucano não recuou, como esperavam os aliados do chefe do Executivo.

Pelo contrário, foi à tribuna do Senado, reafirmou tudo o que havia dito durante audiência da CPMI da JBS. E mais: garantiu que a comissão investigará as relações entre a JBS, o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o governador do Maranhão.

– Não se trata de 15, 16, 17 ou 1.800 e tantos [governadores], como disse o senhor Ricardo Saud. O que se trata aqui é de uma delação que foi feita supostamente por um ex-procurador da República, que era o braço direito de um procurador, irmão do governador [Flávio Dino], e tinha como fiel amigo um advogado que foi preso em São Luís do Maranhão. Então, nós não podemos desconhecer essas relações -, destacou.

No Maranhão, os governistas não se preocuparam muito em tentar explicar a denúncia. Numa estratégia já conhecida pelas bandas de cá, preferiram apenas desferir impropérios contra o senador. Nenhum deles respondido pelo parlamentar.

Estado Maior

Governo de aluguel

por Jorge Aragão

O governo comunista de Flávio Dino entrou, definitivamente, na fase da venda de espaços na administração pública. E o preço é um só: apoio eleitoral nas eleições de 2018. O comunista faz exatamente tudo o que ele sempre disse condenar porque – ao contrário do que prega – está mesmo interessado na manutenção do poder. E o discurso da “mudança” serviu apenas aos interesses eleitoreiros do seu grupo.

A última “venda” de espaços se deu ao ex-prefeito de Imperatriz, Ildon Marques (PSB), que ganhou uma Agência de Articulação Regional prontinha para indicar aliados. O espaço para Marques não foi apenas um cabide, mas uma “arara” inteira para pendurar aliados às custas do erário público.

Mas o loteamento comunista começou bem antes; primeiro com o PR, que negociou apoios em troca de cargos e espaços de poder. Depois, o PP foi na mesma esteira e conseguiu a Secretaria de Esportes e Lazer.

E a temporada de negociação de apoios deve continuar, com outros partidos e também com lideranças específicas, que indicam cargos e garantem a aliança de 2018.

Por mais nefasta que a prática adotada por Flávio Dino pareça, ela também encerra em si uma verdade que ele não poderá contestar: se está disposto a vender o seu governo em troca de apoio político, é porque o governador sabe que não tem toda essa força que ele diz ter.

E mostra também que, ao contrário do que prega, o comunista está disposto a tudo para permanecer encastelado no Palácio dos Leões. Nem que precise lotear o serviço público. E o povo paga a conta mais uma vez.

Anticomunista – A cooptação do ex-prefeito de Imperatriz, Ildon Marques, é um duro golpe na imagem que ele próprio criou na região.

Há diversos vídeos, áudios e declarações do ex-prefeito sobre os comunistas, figuras às quais ele não demonstrava o menor apreço. A entrada no governo – em troca de cargos – fará com que Marques tenha de dar explicações quase diárias ao eleitorado imperatrizense.

O tempo passa – Em 2016, o senador Roberto Rocha (ainda PSB) fez uma opção em Imperatriz, ao defender a candidatura de Ildon Marques contra o também ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB).

Rocha dificultou as coisas para o tucano, articulou a campanha de Marques e posou em várias fotos ao lado dele. Ironia do destino, hoje é Madeira quem fortalece as posições de Roberto Rocha, enquanto Marques vira-lhe as costas, se unindo aos próprios adversários de 2016.

Coluna Estado Maior