Uma iniciativa pioneira na região metropolitana de São Luís começou a implantar na Pindoba, zona rural do município de Paço do Lumiar, uma indústria de chocolates feitos a partir do cultivo e beneficiamento de Cacau orgânico. Na manhã desta quinta-feira (2), a prefeita de Paço, Paula Azevedo, e a secretária de Agricultura, Pesca e Abastecimento, Júlia Assunção, conheceram os detalhes de funcionamento do projeto, intitulado Nosso Cacau.

O projeto da agroindústria florestal em Paço do Lumiar foi idealizado pela gastrônoma maranhense, Fernanda Lisboa, e se tornou realidade em outubro de 2020, por meio de parceria entre as empresas Tapuio Chocolates, Eneva Energia, e a cooperativa de pequenos agricultores HortCanaã, que há cerca de 10 anos está instalada na região agrícola da Pindoba. A Secretaria de Agricultura, Pesca e Abastecimento participa do projeto prestando consultoria técnica permanente aos produtores da cooperativa.

“Paço do Lumiar tem um grande potencial agrícola e esse projeto veio agregar valor, fortalecer a agricultora familiar, e, acima de tudo, dar sustentação econômica aos agricultores da região”, destaca a prefeita Paula Azevedo. “Temos certeza do quanto essa iniciativa irá render bons frutos para o desenvolvimento do nosso município”, assinala.

A secretária Júlia Assunção ressalta o ineditismo da iniciativa, pioneira em toda a região metropolitana de São Luís. “É um projeto inovador, que abre novas perspectivas de mercado para a agricultura do município, e dá um estímulo significativo para a atividade na região”, avalia.

O trabalho de implantação do projeto Nosso Cacau foi iniciado há pouco mais de dois anos com o estudo de viabilidade do solo e a distribuição aos agricultores de 27 mil sementes de cacau de alta performance. Toda a área plantada do projeto chega a 20 hectares. Um ano após o plantio das mudas de cacau, algumas propriedades na Pindoba já apresentam resultados surpreendentes, com plantações superando a altura de dois metros e com frutos maduros. Geralmente o desenvolvimento de plantas de cacau leva, em média, 5 anos para começar a produzir.

Para o presidente da Associação de Agricultoras e Agricultores HortCanaã, Raimundo Ivaldo Silva, o projeto Nosso Cacau traz um novo impulso à vocação agrícola da zona rural de Paço. “A agricultura familiar precisa se diversificar e não ficar atrelada a algumas culturas. Nossa região é essencialmente agrícola, e esse projeto, apesar de estar no início, mostra o quanto podemos nos sustentar com esse ofício”.

Quando estiver em plena colheita, todo o cacau produzido na Pindoba será beneficiado e vendido para a indústria de chocolates parceira do projeto. A compra de toda a produção está garantida por meio de contrato de exclusividade de 10 anos, assinado entre a empresa Tapuio Chocolates e os agricultores da Cooperativa HortCanaã. O cacau cultivado em Paço do Lumiar vai gerar uma série de produtos e subprodutos da chamada cadeia cacaueira, incluindo chocolate orgânico em barra, sementes para produção de chocolates, geléia, polpa, entre outros.