O Ministério Público do Maranhão, acertadamente, começou a recomendar as prefeituras e ingressar com ações contra o pagamento de cachês milionários, com recursos públicos, para artistas realizarem shows em algumas cidades no estado.

No entanto, com a chegada do São João, o MP parece ter se perdido, cometendo algumas injustiças e prejudicando não só a população, como também alguns municípios, por falta de uniformidade e celeridade nas suas decisões.

De município para município, tem variado absurdamente e equivocadamente a postura do MP. Em alguns municípios, o MP tem deixado as festas juninas, custeadas com recursos públicos, acontecerem sem nenhuma interferência, mas em outros tem atuado.

Em alguns, como no caso de Raposa e Lago Verde, o MP pediu e conseguiu o cancelamento de um show especificamente, Joelma e Matheus Fernandes, respectivamente, mas deixando os arraiais acontecendo. Só que em outros, o MP pediu e conseguiu simplesmente cancelar os festejos juninos, como foi o caso de Arari e Santa Inês.

Como explicar para a população que em alguns municípios o MP não vê problema em realizar as festas juninas com recursos públicos, mas em outros consegue retirar algumas atrações pelo valor e em outras tem brigado pelo cancelamento geral dos eventos???

A falta de uniformização tem gerado muitas dúvidas e críticas ao MP, alguns já até fazendo ilações políticas com o assunto, mas tudo pela falta de um único entendimento.

Por exemplo, o show de Matheus Fernandes, cancelado em Lago Verde, está previsto para acontecer em Chapadinha. Já em Santa Luzia do Tide, na sexta-feira (24), teve show da banda Forró Sacode e está previsto show da Calcinha Preta para o dia 29 de junho, mas em Arari e Santa Inês, o São João foi totalmente proibido.

Outro problema é a falta de celeridade. Tanto o MP, quanto o Judiciário demoraram para agir em Santa Inês, resolvendo cancelar o São João no dia em que iria ser iniciado o evento. Com isso, a grita foi geral, afinal muita gente investiu para tentar ganhar um extra no evento, mas acabaram ficando com um baita prejuízo.

A situação foi tão caótica, que mesmo sem nenhuma atração, proibida pela Justiça a pedido do MP, moradores de Santa Inês deram um exemplo de solidariedade ao comparecerem no arraial para consumir os produtos dos trabalhadores que ficaram em desespero ao saber da suspensão do arraial do município, no dia em que o evento seria iniciado.

Sendo assim, para ser justo, não causar dúvidas e muito menos prejuízos para a população e para os municípios, porque muitas dessas atrações já devem inclusive ter recebido um adiantamento para reservar a agenda de show, adiantamento que não deve ser devolvidos, já que o artista não tem nenhuma responsabilidade da não realização do evento, o MP precisa falar a “mesma língua”, tendo uma uniformização no entendimento sobre o assunto e mais celeridade nas ações.

É aguardar e conferir.